sábado, 20 de setembro de 2008

"A aprovação da 11º Súmula Vinculante sobre a utilização de algemas e seus efeitos"

A utilização indiscriminada de algemas não será mais tolerada. A justificativa dos ministros que aprovaram a 11º súmula vinculante é que este meio de contenção tem sido amiúde utilizado como forma de constragimento físico e moral do preso, objetivando apenas a exposição do acusado em público, sem fundamento aceitável, violando-se, desta forma, princípios constitucionais como o da presunção de inocência e o da dignidade da pessoa humana.


Caros colegas, uma súmula vinculante é aprovada em situações de grande volume de recursos acerca de uma determinada matéria que enseja entendimento controverso em lei, fazendo com que a parte interessada interponha recurso, e, devido a isso, resultando numa morosidade considerável no desfecho de um processo. Diante disso, a fim de se pacificar tal situação, uma súmula vinculante permite que os tribunais de instâncias inferiores decidam sobre o assunto e que os juízes em suas decisões apliquem obrigatoriamente jurisprudência fixada pelo STF. Além disso , estabelece com força de lei , os casos em que se admite a utilização de algemas pelos policiais.




No que concerne aos motivos que influenciaram decisivamente na aprovação da 11º Súmula Vinculante pelo plenário, tem havido uma enorme polêmica, uma vez que não são raras as situações em que uma lei ou um mecanismo legal é aprovado, a fim de satisfazer interesses pessoais ou por providências de cunho político. Tome conhecimento da Súmula na íntegra:


  • "Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado".


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

5º e Último dia do Fórum Acadêmico de Segurança Pública

O tema abordado durante toda a manhã do 5º e último dia do fórum acadêmico de Segurança Pública foi " a PM e a Lei Seca ". O fórum contou com a presença do Diretor da Academia de Polícia Militar,Ten-Cel PM Juvenal Teixeira Filho, do Major PM Rangel, Chefe da Unidade de desenvolvimento Educacional ( UDE), além de outros oficiais presentes e dos palestrantes Cel PM RR Clodoardo Azevedo e do Cap PM Azevedo, subcomandante do Esquadrão de Motociclistas Águia, que expôs de forma muito metódica e objetiva aspectos legais da lei 11.705/08, publicada em 20/06/2008 no Diário Oficial da União, conhecida popularmente como "Lei Seca",bem como deu enfoque aos fatores que ocasionaram o seu surgimento e as conseqüencias de sua vigência.

Dentre os outros assuntos discutidos foram destacados os seguintes tópicos



  • Os meios de comprovação de embriaguez do condutor

  • A recusa do condutor supostamente em estado de embriaguez em se submeter aos meios de comprovação

  • Os efeitos da concentração de álcool no sangue
  • A competência da Autuação das Infrações de trânsito na esfera Estadual e municipal

  • A inconstitucionalidade do parágrafo 3º do Art. 277

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Penúltimo dia do Fórum Acadêmico de Segurança Pública

Após as proveitosas palestras por meio das quais se abordaram aspectos importantes da atuação dos Alunos-Oficiais , programada para eleições 2008, onde se destacaram tópicos relevantes para o período, a exemplo de crimes eleitorais, competência do Juizado Eleitoral e de procedimentos a serem tomados pelos Alunos, bem como o enfoque dado à esperança de criação de um Batalhão metropolitano e suas características a serem concretizadas passo-a-passo, O 4º e penúltimo dia do fórum Acadêmico de Segurança Pública foi marcado pela presença de dois Oficiais Superiores: Major PM Edmilson, Comandante da 2º CIPM e do Major PM Fonseca, comandante da 48° CIPM, oportunidade em que fizeram declarações referente ao tema " O perfil dos novos oficiais frente às demandas da Atividade Policial". Foi exposto de forma clara e objetiva o que se espera de um aspirante nas Unidades para as quais forem designados, alertando o Auditório, composto de Alunos-Oficiais do 3º e 2º ano, sobre posturas inadequadas de aspirantes recém chegados às Unidades. Nesse contexto, eu não poderia deixar de citar o comentário acerca necessidade de o Aspirante ter um sentimento inicial, quando da apresentação no local de trabalho, de abnegação e presteza, em detrimento de adoção de comportamentos que façam com que o Comandante de uma determinada Unidade , bem como os Oficiais que nele trabalharem, realizem um pré-julgamento negativo de tais condutas, o que pode repercutir mal ao profissional no início de sua carreira , podendo comprometer inclusive a sua promoção.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

3º dia do Fórum Acadêmico de Segurança Pública

O 3º dia do fórum Acadêmico de Segurança pública contou com a participação da Promotora de Justiça Isabel Adelaide, do professor e sociólogo Cléber Leitão, além de ter sido abrilhantado pelas considerações feitas pelo Comandante da Academia de Polícia Militar, o Ten-Cel PM Juvenal Teixeira Filho.

Para quem soube aproveitar o momento, o fórum pôde proporcionar uma visão mais ampla sobre conhecimentos de caráter geral e específico no tocante à atividade policial militar e da Segurança Pública propriamente dita. Os temas abordados foram: Direito Penitenciário, Crime de tortura e Controle Externo da Polícia Militar .
  • Considerações do Professor Cléber Leitão:

O evento começou com as considerações do Professor Cléber Leitão, frisando a importância do reconhecimento do Direito Penitenciário como uma ciência, portanto com método e objeto de estudo definidos. Enfatizou com clareza sobre a necessidade da consciência da existência de uma hierarquização de procedimentos legais desde o momento da condução do preso à esfera policial competente ou à esfera judiciária, oportunidade em que criticou a atitude de se "fazer justiça com as próprias mãos" no atual contexto social. Mas o que me chamou atenção foi a utilização da expressão "Hermafroditismo Moral",fazendo referência a linha tênue que separa o policial de uma atuação legal e heróica de uma atuação ilegal e desastrosa: -"...de uma hora pra outra você pode se transformar de herói em algoz...", disse . Ao meu ver, foi uma colocação pertinente , visto que não são raros os casos em que o PM perde a oportunidade de ser reconhecido pelo bom trabalho ao findar de um serviço pelo fato de ter dado aquele " tapinha a mais, desnecessário e que se norteia pelas veredas da ilegalidade. E complementou a sua fala fazendo alusão a um dos grandes ícones da Literatura brasileira: "Augusto dos Anjos"(...) A mão que afaga é a mesma que apedreja. (...) / Apedreja esta mão vil que te afaga (...) "
Além disso, fez comentários sobre a finalidade dos tipos penais que alcançam o indivíduo no cometimento de um delito, deixando bem claro que o cerceamento da liberdade é a medida primordial para uma repressão inicial da conduta desviante, mas é imprescindível se ter em mente que esse mecanismo repressivo deve atender basicamente a três parâmetros: - punir, servir de exemplo e melhorar o indivíduo, tendo em vista o caráter ressocializador das penas, muito embora o indivíduo desviante sequer esteja socializado.

Defendeu a tese de que os esforços no sentido de combater o crime, ou reduzi-lo a patamares aceitáveis, não pode se restringir apenas à repressão e prevenção às condutas ilícitas, principal missão da polícia militar. Deve haver um direcionamento específico, tendo-se como objetivo o desenvolvimento de Altos Estudos "strictu sensu" em Segurança Pública, uma vez que se constitui numa área profissional que exige um aprimoramento de uma percepção holística , de forma mais cuidadosa e sistemática, sem perder de vista o caráter multidisciplinar e multifacetado dessa área.
  • Considerações da Promotora de Justiça
A Dr. Isabel Adelaide, em suas colocações, fez alusão a vários tópicos pertinentes ao tema, a exemplo da crítica feita aos estudiosos de segurança pública, quando se faz uma análise unilateral e muitas vezes reducionista desse tema, não se levando em conta o conhecimento de fatores multilaterais que pairam sobre o país. Na seqüencia, fez menção da história da cultura afro-brasileira associada à questão da discriminação da cor nos procedimentos de abordagem policial com fundada suspeita, pontuando que na Bahia praticamente todos são "afro-descendentes", dando a entender ,ao meu ver, que pouco justificaria o discurso de que discriminação étnico-racial, no contexto baiano, se configura como fator significativo e influenciador decisivo no processo de evolução e aprimoramento da Segurança pública.


Considerou também o fato de que a procura pelo curso de Direito por mera vaidade ,pensando-se apenas no "Status" social, é algo muito importante a se ressaltar, uma vez que são os estudantes de hoje que serão incumbidos de dirigir o país , pelo menos no que diz respeito à aplicação imparcial o quanto possível das leis desse país. Comentou de maneira sucinta sobre a inaplicabilidade de modelos de combate ao crime adotado por outros países.

Nesse momento, foi perguntado pelo Aluno-a-Oficial Sandro Mendes, do 3º CFOPM, à Dr. Isabel Adelaide acerca do motivo justificador da inaplicabilidade de outros modelos existentes em diversos países europeus, oportunidade em que a promotora sem muito pensar e de forma objetiva disse que a realidade cultural e social do Brasil é uma , incompatibilizando, portanto a adoção de modelos externos.

  • A questão do PM admitido na Corporação por força de Justiça
Em suas considerações, a promotora de Justiça, Isabel Adelaide, deu um certo grau de polemicidade à palestra quando afirmou que 90% das infrações administrativas e parte significativa dos ilícitos são cometidos por policiais que estiveram na condição sub-judice, enfatizando as situações de antecedentes criminais ( mesmo não se dispondo de avaliação psicológica destes) e dos reprovados no psicoteste durante o certame . Em contrapartida, em resposta à pergunta mediada pelo Aluno-a-Oficial Emmanoel Almeida do 3º CFOPM, a promotora afirmou que não dispunha no momento conhecimento sobre dados estatísticos que comprovam essa tese, ensejando a partir daí uma infinidade de questionamentos em potencial, que possivelmente poderiam refutar seus posicionamentos acerca do assunto.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Reconhecimento Merecido

O "Poder de polícia" foi criado para complementar o trabalho dos nobres colegas Victor e Danillo Ferreira , ambos Alunos Oficiais do 3º ano do CFOPM/BA. O principal objetivo deste projeto é de fornecer informações ao policial militar sobre tudo que seja pertinente ao exercício da função PM. Pretende, dessa forma,enfocar assuntos diversos, desde princípios básicos de policiamento ostensivo até conhecimentos Jurídicos indispensáveis, além de outros temas que serão selecionados cuidadosamente.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Fórum Acadêmico de Segurança Pública


Foi muito proveitoso participar do fórum realizado no auditório do colégio da polícia militar, onde se abordaram assuntos com enfoque nas eleições 2008. É de muita importância fóruns dessa natureza, uma vez que se contribui de maneira mais dinâmica à formação e atuação dos futuros oficiais da PMBA. Dentro do que foi exposto , devemos estar atentos ao seguinte:
  • Impossibilidade de se efetuar prisões no período eleitoral, salvo em caso de flagrante delito para crimes inafiançáveis;
  • Principais crimes eleitorais: uso de alto-falante e distribuição de material de propaganda que façam alusão aos candidatos, impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio universal;
  • Respeitar a distância de 100 metros do local de votação, só devendo o policial aproximar-se em caso de repressão aos crimes eleitorais ou quando solicitado, utilizando-se em algumas situações do princípio da razoabilidade para infringir este limite de atuação.

domingo, 14 de setembro de 2008

Dificuldades encontradas na " Parada Gay"


Fazendo-se uma análise do evento, podemos perceber que tudo o que aconteceu era realmente esperado, muita empolgação por partes do GLS( gays, lésbicas e simpatizantes), inclusive a dificuldade encontrada pelos alunos da
Academia de Polícia Militar nesse tipo de evento no registro de ocorrências. Algumas patrulhas compostas por Alunos-Oficiais do 3º e 2º ano do CFOPM/BA, cumprindo seu papel na repressão aos crimes e adoção das formalidades legais ficaram inutilizadas, em razão da morosidade nos registros de ocorrências pelos agentes nas delegacias de polícia Civil, mas que de certo não podem ser culpados por isso. A verdade é que deve-se haver um estudo no sentido de se tentar amenizar e dar celeridade em tais registros, trazendo conseqüentemente mais conforto e propiciando o sentimento de segurança por parte do cidadão-cliente. Mas o que mais me chamou a atenção foi a novidade implantada no que se refere ao registro das ocorrências policiais. O procedimento é o seguinte: o cidadão chega à delegacia, nervoso e angustiado, muitas vezes, e recebe em troca , num pequeno pedaço de papel", o site da delegacia digital, para que ele mesmo registre a ocorrência numa Lan House mais próxima. Até aí tudo bem. Mas como fica o cidadão que não tem sequer dinheiro para comprar um pão? Ou, se tem, vê-se ,por um instante, obrigado a gastá-lo para denunciar um crime que o Estado teria a obrigação de registrar a custo zero.
Ao final de tudo isso, caros amigos, o cidadão ,com o seu bilhete com o site impresso, sai cabisbaixo, mais angustiado que antes, e com a enorme sensação de que não se tem ninguém que possa ajudá-lo. Afinal, a inclusão digital ainda está em processo de evolução, mas não chegou ao patamar desejado. A inovação é válida e com certeza foi criada com as melhores intenções, entretanto, dever-se-ia haver uma pesquisa mais detalhada para saber como isso seria recepcionado pelo cidadão e quais seriam os verdadeiros impactos da inovação.

Uma formação ideal e menos onerosa aos cofres do Estado

Está na moda discutir sobre a melhor forma de se preparar um policial para bem servir à sociedade. Entretanto, não se tem no plano concreto sequer uma decisão que imponha melhores resultados na formação do policial militar. Ao se falar de formação,entenda-se aqui, num primeiro momento a formação de formadores, que na instituição policial militar são imcubidos desta função os oficiais de polícia, designados para a instrução dos recrutas, alunos-soldados e aluno-sargentos e de cadetes, futuros oficiais. No meu ponto de vista, a formação, desde seu início deveria ser direcionada para o serviço de rua , onde se priorizaria os conhecimentos técnicos e táticos desde já, bem como dos conhecimentos jurídicos pertinentes a este tipo de serviço. A carga horária gasta para a prática de educação física, por exemplo, deveria ser substituída pela educação física direcionada ao exercício da função, mas atrelada a utilização de técnicas de incursão, resistência com armamento, equilíbrio estático, etc. Perde-se-ia , desta forma, menos tempo na instrução e ter-se-iam resultados mais eficazes , além de se poupar os cofres do Estado.