terça-feira, 23 de setembro de 2008

Segurança Pública sob uma perspectiva holística"

Dada a importância do tema ministrado pelo Maj PM Ramalho, quando explanou sobre a realidade sócio-econômico-cultural dos bairros que integram a região do Nordeste de Amaralina, associando a atividade policial com essa realidade, me sinto obrigado a retomar esse assunto devido ao intenso debate em sala , durante uma aula da disciplina Direitos Humanos. Pelo que percebi, não ficou clara a mensagem, pelo menos em relação ao entendimento pretendido pelo Palestrante e a interpretação feita por alguns colegas, que naturalmente expuseram suas opiniões.
Diante disso e para que se tenha uma interpretação mais consciente e sensata do que foi exposto, farei algumas considerações.
Afastando de uma vez por todas divagações que em nada contribuirá para o aperfeiçoamento dos futuros oficiais, quero relembrar aqui o tema em questão, como os senhores podem conferir na postagem do dia anterior, a" Humanização a prestação de serviços a comunidade".

Analisando-se com cuidado tudo o que foi dito, a abordagem do tema foi feita sob a perspectiva dos Direitos Humanos, e tudo o que foi exposto, ao meu ver, foi de pertinência fora do comum.
Inicialmente o palestrante proferiu uma assertiva interessante, quando disse " ninguém nasce criminoso, a formação do indivíduo desviante é fruto de vários fatores", o que por certo todos hão de concordar com isso. Nesse contexto, e para que se vislumbre melhor ainda a mensagem, trago a vocês os tópicos do que foi exposto de maneira muito objetiva, foram exibidos
  • Indicadores de criminalidade nos bairros ( homicídios, tentativas, disparos de arma de fogo, etc)
  • Imagens mostrando-se as condições de trabalho dos PM;
  • Indicadores de Evasão Escolar nas principais escolas;
  • Foram mostradas as condições de funcionamento dos Conselhos comunitários de Segurança Pública;
  • A busca de integração da Companhia e o PROERD;
  • A compreensão do indivíduo no espaço sócio-cultural e as possíveis explicações para o desvio social , bem como as formas ou idéias possíveis para se concretizar os Direitos Humanos nessa Região;
  • A infra-estrutura dos bairros que compõem a região;
  • As ações criminosas contra a PM, dentre outros aspectos.
Partindo-se dos tópicos supracitados, só temos a ratificar o pensamento de que é unanimidade se dizer que Segurança Pública, no que concerne a sua ineficiência e ineficácia, com certeza não é um problema exclusivo das forças policiais, seja por parte de quem exerce a função de chefia , seja por parte de quem é comandado .Incorreríamos em flagrante imaturidade pensar dessa forma. Mas isso por ora tem que ser dito, a fim de que as mentes se abram. Mas aonde eu quero chegar?

Senhores, se ficarmos preocupados apenas com o " modus operandi" dos criminosos, nos determos com afinco aos domínios das técnicas de abordagem, por certo não conseguiremos alcançar o objetivo previsto no art 144 da CF, isso é importante, mas não é tudo. Para se chegar muito próximo do ideal de Segurança Pública , faz-se necessário um planejamento prévio em que se deverá haver preocupação com fatores interdependentes e que se correlacionam, a exemplo do que foi exposto na Palestra, mas que infelizmente não foi compreendido por todos. Não há mais espaço para o entendimento de polícia como a solução para todos os problemas, entretanto há espaço para a compreensão de polícia enquanto parte integrante de uma sociedade e que com ela interage.

Por isso, devemos evitar conclusões precipitadas em relação a determinadas ações da nossa polícia, a exemplo de algumas colocações feitas, do tipo: " não é papel da polícia conhecer os índices de evasão escolar", ou " a repressão aos criminosos é o melhor caminho". Não se admite mais interpretações isoladas que desconsideram uma série de fatores. Temos que acordar nesse sentido.

Aproveitando-se a oportunidade, é muito bom que se saiba das dificuldades encontradas pelos comandantes, para que isso sirva como parâmetro norteador para os futuros oficiais , que possivelmente estarão comandando uma determinada área. E para complementar, é melhor que evitemos conclusões vagas que nada acrescentarão no nosso aprendizado. Sejamos sensatos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Achei excelente a colocação abordadada pelo texto , na qual deixa claro a necessidade de termos uma visão holísta para que possamos desenvolver com eficácia o trabolho policial militar. Pois concordo plenamente, ser de extrema importância conhecermos o contexto sócio-cultural da comunidade para a qual iremos prestar nossos serviços. A fim de conhecermos os fatores que geram os atritos sociais presente, e assim propor medidas que possam atenuar ou eliminar os problemas, buscando trabalhar de forma integrada com outros órgãos que tem papel tão importante quanto a polícia na prevenção e combate a criminalidade.

Anônimo disse...

Foi muito proveitoso ter a oportunidade de ouvir uma experiência de trabalho de alguém que tem contato com essa realidade que tanto tememos em enfrentar, é sempre bom munir-se de mais ferramentas para realizar um bom policiamento, e esse conhecimento de uma prática positiva nesta matéria nos ajuda a ter um maior preparo para enfrentar as dificuldades que nos esperam.

Anônimo disse...

"Respeitar o cidadão, esteja ele cometendo ou não um delito",tais palavras foram proferidas pelo palestrante, o Maj PM Jaime,e de forma sintética deverão alicerçar o trabalho policial militar,no trato com a sociedade.